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“Eu assistia aos jogos paraolímpicos e sempre quis fazer algum esporte. Nem todas as pessoas com deficiência têm a oportunidade de praticar este ou outro esporte, e me sinto grata e feliz por estar competindo e me divertindo. O esporte me proporciona alegria e me faz sentir capaz”, disse a estudante Jéssica da Silva, 18 anos, que é cadeirante e praticante de bocha há seis anos. Ela contabiliza vitórias em competições dentro e fora do Maranhão.

Jéssica competiu nos Jogos Paralímpicos Escolares Maranhenses (ParaJEMs), na equipe juvenil, que aconteceu quinta-feira (1º), no Ginásio Costa Rodrigues, Centro. O ParaJems é promovido pelo Governo do Maranhão e executado pela Secretaria de Estado do Esporte e Lazer (Sedel). A equipe de Bocha Adaptada tem apoio do Programa Travessia, da Agência Estadual de Mobilidade Urbana e Serviços Públicos (MOB), que garante o transporte para os treinos e competições. O ParaJems vai até sábado (3), em vários pontos da capital, nas modalidades bocha, natação e atletismo.

Titular da Sedel, Naldir Lopes parabenizou os atletas pelo esforço e dedicação. “Nossos paratletas são dedicados, mostraram todo o esforço e trabalho realizado durante seus treinos. É gratificante poder proporcionar, através da política pública do esporte, inclusão social, lazer, diversão e visibilidade a esse público”, afirmou.

Para o presidente da MOB, Adriano Sarney, “o significado e reflexo deste apoio na vida destes jovens atletas é algo que impacta na formação, na autoestima, no cotidiano e garante a integração social, uma vez que possibilita essa união em torno do esporte e pela busca da superação”. O gestor acrescentou que, “o Governo do Maranhão realiza uma das mais belas iniciativas, entre as diversas políticas públicas da gestão, com o Programa Travessia e ficamos muito honrados e felizes que os resultados alcançados e com a contribuição às pessoas que utilizam o serviço”.

Segundo a diretora do Programa Travessia, Isabelle Passinho, a ação do Governo do Estado tem tido um papel fundamental e feito a diferença na vida das pessoas com deficiência em todo o Maranhão. “Prova disso é esse resultado que tivemos, com o primeiro time de bocha participando das competições e alcançando resultados muito expressivos, que não seriam possíveis se esses atletas não pudessem sair de casa. A MOB realiza esse trabalho com muita dedicação e afinco para que a gente consiga garantir esse direito de ir e vir e para que as pessoas possam, além de sair de casa, acessar políticas como o esporte, lazer, educação, saúde e outras, que são direito de todos”, ressaltou.

A equipe está sob a coordenação do treinador de Bocha Adaptada, Victor Gabriel Leal, da Sedel. Ele destacou que “o esporte avança e por meio do apoio do Governo do Estado, tem sido possível proporcionar a participação das crianças e jovens e a meta é ampliar essa participação, inserindo atletas de outros municípios maranhenses”.

Lidando com as crianças e jovens durante todo o processo de treinamento e competição, Gabriel Leal se emocionou ao avaliar os resultados, a receptividade e a importância desse esporte para os participantes. “A gente aprende todo dia. É uma experiência muito boa, algo surreal. A gente consegue aprender coisas que nunca imaginamos ou conseguimos perceber em outros esportes. É uma experiência enriquecedora e muito bonita ver essas crianças e jovens avançando e vencendo a cada nova etapa”, pontuou.

Participaram desta fase, equipes de São Luís, Imperatriz, Davinopólis e João Lisboa, somando cerca de 50 atletas. Esta etapa é classificatória e abre vaga para a competição que deve ocorrer em Belém, no Pará.

Conquista

Participar do esporte traz um sentimento de gratidão, enfatizou Jéssica da Silva. “As conquistas que tive no esporte mostram que, apesar de eu ter uma deficiência, eu sou capaz, posso realizar meus sonhos e a cadeira não em impede de ir além e realizar meus sonhos”, disse a atleta, que já conquistou medalhas em competições no Maranhão (ParaJems), São Paulo (Etapa Nacional) e em Rio Grande do Norte (Etapa Nordeste).

Para a mãe de Jéssica, a dona de casa Luciana de Jesus, 38 anos, a participação da jovem no esporte é uma benção. “Quando recebemos o convite para ela participar, pensei que ela poderia sim ser uma atleta. Foi uma benção. Hoje ela sabe que é capaz de contribuir, de fazer uma atividade e a bocha possibilita o lazer, encontros com outras pessoas e melhora o cotidiano dela. Minha filha é campeã e isso me deixa muito orgulhosa”, destacou, acrescentando que, o “Programa Travessia faz real o sonho de ver minha filha vivendo, aprendendo e sendo capaz de fazer qualquer coisa”.

Outra atleta, Maíres Victória, 12 anos, pratica bocha há dois anos e tem o suporte do Programa Travessia para ir aos treinos e participar das competições. “Eu estava um pouco nervosa para competir, mas, agora, estou muito feliz. É uma conquista para mim e agradeço a todos que me ajudaram. O Programa Travessia é um sonho na minha vida e eu me sinto muito feliz”, disse a jovem, que nesta fase de jogos foi vencedora em sua categoria.

“Meu sentimento é de gratidão. Ver todo esforço que fizemos, todo o caminho que percorremos e conseguir chegar até aqui, é uma grande vitória. O Programa Travessia foi e é essencial para que ela treine e continue no esporte. De outra forma, nunca teríamos como estar aqui”, frisou a dona de casa, Natália Castro, de 38 anos, mãe da Maíres Victória.

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